31 de jul. de 2010

Embriaguez ao volante, quando muito perceptível, prescinde de bafômetro‏

Sob o entendimento de que a ausência de realização de exame de alcoolemia
não induz à inexistência do crime, desde que por outra forma seja possível
comprovar o estado etílico do condutor, a 1ª Câmara Criminal do Tribunal de
Justiça deu provimento ao apelo do Ministério Público para determinar que a
1ª Vara Criminal da Comarca de Blumenau receba denúncia contra Salésio André
e dê seguimento à consequente ação penal que apura o crime de embriaguez ao
volante.

Salésio André, segundo os autos, dirigia embriagado pelas avenidas de
Blumenau e, quando abordado pela polícia, não conseguiu submeter-se ao
bafômetro e sequer teve condições de prestar declarações, tal o grau de
alcoolemia que apresentava. O Ministério Público formulou denúncia contra
Salésio, por crime de embriaguez ao volante. A peça, todavia, foi rejeitada
em virtude de não ter sido feito o teste conhecido como bafômetro no
motorista, nem exame de sangue.

O representante do Ministério Público interpôs recurso contra a decisão ao
sustentar que há casos – como o presente – em que a embriaguez do condutor é
tão patente, facilmente perceptível aos olhos de qualquer pessoa, que, mesmo
a despeito de não ter sido realizada a prova técnica, impõe-se condenar o
infrator.

"A prova da embriaguez ao volante deve ser feita, preferencialmente, por
meio de perícia, mas esta pode ser suprida pelo exame clínico e, mesmo, pela
prova testemunhal, esta, em casos excepcionais, por exemplo, quando o estado
etílico é evidente e a própria conduta na direção do veículo demonstra o
perigo potencial a incolumidade pública, como ocorreu neste caso", discorreu
o desembargador Rui Fortes, relator da matéria. A decisão foi unânime. ( RC
2009.063808-8)




FONTE/ORIGEM =>
http://www.editoramagister.com/noticia_ler.php?id=45688&page=1

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